Nuno Sentieiro Marques
Diretor Geral | TotalStor
A evolução do “IT” e tudo o que o rodeia, está sujeito diariamente a transformações e evoluções.
O que hoje tem características únicas e diferenciadoras, amanhã está obsoleto e sem procura.
Diria que poucos termos foram tão populares no mundo do “IT” como o “Cloud Computing”.
Hoje em dia, parece que tudo acontece ou está na “Cloud”.
Quem não sabe o que é, procura informar-se, quem já conhece tenta saber mais sobre o assunto, e quem já utiliza de uma forma geral fala sobre os excelentes resultados que consegue com a sua utilização, mesmo que tal não tenha acontecido.
Tentando ser o mais simplista possível, diria que podemos chamar a “Cloud Computing”, uma tecnologia que nos permite aceder e tratar remotamente, a informação previamente armazenada através da internet.
Ou seja, a “Cloud Computing”, permite que através de qualquer dispositivo computacional ligado à Internet, possamos aceder e gerir informação que previamente armazenámos em espaço remoto (que não sabemos, nem temos que saber, onde fisicamente se encontra).
Como exemplo, e uma vez mais sendo muito simplista, ver um filme na “NetFlix”, ver um vídeo no “YouTube”, ouvir uma música no “Spotify”, ou trabalhar documentos no “Google Docs”, significa contactar com “Cloud Computing”.
Como qualquer tecnologia nova, há um labirinto de ofertas e propostas.
Uma mesma solução não serve para todos, nem todos estão preparados ou têm um tipo de necessidades que se possa adequar a este tipo de soluções.
Cada uma das diversas ofertas que nos são apresentadas, têm características que se adaptam melhor a diferentes utilizadores e obviamente a diferentes necessidades.
Que tipos de “Cloud” existem? E o que na realidade significam?
Podemos dividir as soluções “Cloud Computing” em três diferentes tipos, sendo eles “Público”, “Privado” ou “Hibrido”.
O “Público” é talvez o mais popular dos tipos de “Cloud”.
Neste tipo de “Cloud”, podemos definir que os recursos computacionais, como servidores e armazenamento, são fornecidos via serviço por terceiros, e disponíveis para qualquer pessoa ou empresa que deseje contratá-los.
Neste modelo, o cliente paga pelos serviços que quer utilizar (infraestrutura física, aplicações, “Hardwares” ou “Softwares”) e é responsável por tudo o que será enviado e/ou guardado na “Cloud”, enquanto a entidade fornecedora apenas se preocupa com o fornecimento do serviço contratado (e obviamente a qualidade e segurança do que fornece).
Neste caso, tudo está disponível na “Web” e partilhado entre todos os utilizadores e de uma forma simultânea.
Para a empresa fornecedora do serviço, os recursos são muito otimizados, pois adquire em grande quantidade e partilha os mesmos pelas empresas clientes (e obviamente os custos do serviço são igualmente partilhados).
A empresa cliente ganha flexibilidade e escalabilidade tecnológica, ou seja, pode ajustar a sua capacidade em função das necessidades da sua operação de uma forma rápida e eficiente.
Obviamente que com uma oferta deste tipo os ganhos no aproveitamento de recursos são significativos, sendo por isso dos três tipos o mais apelativo a nível financeiro.
Normalmente utilizam uma “Cloud Publica”, o utilizador particular ou empresas que querem ganhar poder tecnológico com baixos investimentos e de uma forma muito rápida, e em que os dados não sejam demasiado sensíveis à exposição publica.
Na opção da “Privada”, a filosofia mantém-se, mas é exclusiva de cada entidade.
Ou seja, a principal diferença entre uma “Cloud Privada” e uma “Cloud Publica”, é que a primeira é exclusiva de uma empresa.
É construída para servir unicamente à empresa e ao seu negócio.
Pode não estar dentro do espaço da empresa, pode inclusivamente estar “instalada” num fornecedor de espaço para “Data Centers”, mas a gestão de toda a infraestrutura, dados e aplicações é da responsabilidade da empresa proprietária da “Cloud”.
Neste caso a otimização financeira é menor, mas a solução está direcionada para as necessidades especificas da operação da entidade que a mantém.
Em entidades que têm normas e regulamentos muito apertados para a gestão da sua informação (como Governo e Finanças por exemplo), esta solução é seguramente mais adequada.
Já a “Híbrida” e como o próprio nome indica, é uma mistura dos dois tipos anteriores, ou seja, será uma combinação que permite partilhar dados e aplicações entre os dois tipos de “Cloud” citados.
É possível manter parte dos recursos computacionais na infraestrutura interna e adquirir serviços numa “Cloud Pública”, em função das necessidades do negócio.
Assim, e de acordo com a necessidade e a estratégia do negócio, alguns recursos são utilizados de forma privada, outros são utilizados publicamente e adquiridos a entidades fornecedora dos mesmos.
A parte da operação que fica na “Privada” garante o controle da segurança por meio de uma rede exclusiva instalada na empresa ou direcionada somente a ela, e os serviços adicionais podem ficar alocados numa “Cloud Pública”, equilibrando assim os gastos e potencializando os recursos conforme surjam as necessidades.
Que tipo de serviços a “Cloud Computing” nos pode disponibilizar?
Diria que atualmente a “Cloud Computing” nos pode oferecer uma ampla variedade de serviços, ferramentas e funcionalidades para atender às necessidades das empresas.
Voltando à abordagem simplista, podemos colocar como as três principais ofertas deste tipo de soluções, a “SaaS” (Software as a Service), a “PaaS” (Plataform as a Service) e a “IaaS” (Infrastructure as a Service).
A oferta “SaaS”, sem esquecer a abordagem simplista, permite-nos ter acesso ao software via serviço, sem a necessidade de adquirir licenciamento, usando-o gratuitamente ou sob o pagamento de serviço na “Cloud”.
A forma como este serviço é disponibilizado varia obviamente em função do software, das necessidades de utilização e do próprio fornecedor do serviço.
Muitos CRMs e ERPs funcionam através do SaaS.
Alguns serviços de e-mail e outros aplicações públicas, como Skype, Whatsapp, LinkedIn ou Facebook, também funcionam com este tipo de modelo, tornando-os talvez por isso muito populares.
A oferta “PaaS”, permite contratar uma plataforma (um ambiente completo), de desenvolvimento “on demand”, no qual é possível criar, modificar e otimizar “Softwares” e/ou aplicações.
A grande vantagem neste modelo, advém de o mesmo incluir recursos (operacionais, BD, desenvolvimento, entre outros), e de toda a infraestrutura necessária para executar ou aperfeiçoar aplicações no imediato e sem ter que criar internamente a plataforma para o efeito….ela já existe, é apenas necessário adquiri-la através de um serviço à entidade que a pode fornecer.
A direção da empresa apenas tem que se preocupar em disponibilizar o serviço à sua equipa de desenvolvimento, uma vez que a administração, manutenção e atualização da infraestrutura são da responsabilidade do fornecedor do serviço.
Na oferta “IaaS”, a entidade que contrata o serviço, se assim o entender, não tem que se preocupar com qualquer tipo de recurso de infraestrutura.
Todo o “Data Center” pode estar em regime de aluguer de serviço.
Dependendo das necessidades de quem contrata, do fornecedor e do modelo escolhido, a empresa pode ser cobrada, por exemplo, pelo número de servidores usados e pela quantidade de dados armazenados, ou até mesmo transferidos.
Nestes modelos “aaS” (as a Service), é importante otimizar a gestão do serviço, quer para quem fornece, quer para quem utiliza.
Só é utilizado o que é pago, como tal ambas as entidades têm que ter processos de controlo muito apertados e fiáveis.
São obviamente modelos com uma facilidade e velocidade de escalabilidade muito altas, e o pagamento por utilização pode ser muito interessante para alguns utilizadores e para diversos tipos de necessidades.
Existem entidades no mercado que com base na qualidade das suas equipas e na flexibilidade operacional e financeira, conseguem promover estas soluções “aaS” em função das necessidades reais da entidade que os necessita.
A TotalStor, foi pioneira e é uma referencia neste tipo de soluções, que obrigam a análise, estudo e trabalho conjunto, entre as equipas de ambas as entidades (TotalStor e Cliente), por forma a chegar à solução que mais se adequa e às necessidades e ao negócio do cliente final.
Ou seja, criar soluções à medida e aplicadas às necessidades reais do cliente, a preços muito competitivos, e acima de tudo ajustados à real utilização dos recursos.
“Cloud computing”, vantagens e desvantagens?
Não é fácil ser simplista neste tipo de análise.
Cada entidade tem as suas características e necessidades, e o que é bom para uma, poderá não servir para outra.
De uma forma generalista, podemos colocar como principais vantagens na utilização da “Cloud”, as seguintes características:
Abstração
Todo o processamento de dados é feito na “Cloud”. O utilizador não precisa de se preocupar com problemas de compatibilidade de hardware/software e segurança.
Comodidade
Em qualquer lado e em qualquer altura é possível aceder aos dados e trabalhar os mesmos. Tudo o que é necessário é um dispositivo com acesso à internet.
Fiabilidade
O utilizador não tem que se preocupar com avarias e falhas de serviço (ou não deveria ter essa preocupação).
O serviço que é dado, vem com a garantia de nunca ser comprometido.
Flexibilidade e velocidade para colmatar necessidades
É preciso armazenar mais dados? É necessário mais processamento? Vamos avançar com novos projetos?
Não tem problemas, pagamos em função do que necessitamos.
Uma vez mais, é uma garantia do serviço a disponibilização imediata do tipo de solução que está contratada.
Foco no negócio
Preocupação e focalização dos recursos internos das empresas para o seu “core business”, colocando o IT ao serviço dos objetivos de negócio, sem que os utilizadores estejam preocupados com “downloads”, “hardwares”, “OSs” ou simples incompatibilidades ou avarias.
A redução de custos
Talvez a mais controversa das vantagens, porque realmente trás diminuição dos gastos com compras na área de “IT” (e sabemos que os gastos com “HW”, “SW”, instalações e manutenção) são elevados, mas por outro lado os custos que advêm do “aaS” não são baixos e a gestão do próprio contrato de serviço tem os seus custos.
Mais uma vez de uma forma generalista, podemos colocar como principais desvantagens na utilização da “Cloud”, as seguintes características:
Dependência
O acesso com qualidade ao serviço depende forçosamente de uma boa ligação à internet.
Caso contrário, não existem alternativas para contornar o problema.
Recuperação de dados
Apesar da “Cloud” ser bastante fiável, falhas e erros são sempre possíveis.
Caso aconteça o inesperado e o serviço deixe de funcionar, todos os dados estão comprometidos e podem, eventualmente, ser perdidos, e a empresa obviamente deixa de operar.
Vulnerabilidade
A segurança informática é uma prioridade transversal em qualquer tema desta área.
A “Cloud” não é exceção.
Todos os dados da “Cloud” estão vulneráveis a ataques informáticos.
Quanto mais importante e confidencial for a informação disponível na “Cloud”, mais “apetecível” se torna do ponto de vista dos hackers.
Conclusão
Espero que após a leitura, não tenham ficado mais confusos que antes de a ter efetuado.
Realmente quando falamos de “Cloud”, falamos de um mundo com uma amplitude de soluções e características que necessitam de ser bem analisadas antes de serem aplicadas.
As necessidades e prioridades do negócio têm que ser o “driver” de qualquer decisão relacionada com o “IT”.
Hoje em dia, o “IT” tem que servir o negócio e mais do que isso, tem que garantir que o negócio mais do que não ser colocado em causa, tem ferramentas, flexibilidade e qualidade para que quem o gere o, o possa fazer da melhor forma possível.
Obviamente que o orçamento, que as características da informação que é processada, que a flexibilidade necessária, que as características básicas da empresa, são a base para a decisão a tomar.
Para finalizar, repito-me…”Cloud Computing”? Obviamente que sim, mas devidamente aplicada às necessidades, características e negócio de cada empresa.